Lá estava eu
andando... Andando simplesmente por andar... E o vento soprava suavemente...
Sua brisa leviana tocava o meu rosto pouco a pouco, refrescando o meu ser.
Resolvi sentar em um banco, ali na praça mesmo, e no exato momento em que
sentei parei para refletir: O que eu estava fazendo ali? Por que estava? Ainda
não sei... Apenas estava ali, naquele momento.
No entanto, não houve nada mais oportuno. Enquanto percebia o quanto a
natureza é perfeita, em cada detalhe, na sincronia das coisas, na vivacidade e
na simplicidade que se expressam em formas e cores, analisei também, que cada
um que passava por mim, cada pessoa, estava em transe com suas preocupações,
como se não analisassem o mundo que os cercavam, como se a vida fosse
simplesmente aquilo que vivenciavam, como se não existisse nada, além disso, e
ninguém que não fossem eles próprios. E tantos questionamentos, tantas indagações,
análises e observações me levaram a uma única pergunta: Por que tanta pressa?
Existe pressa
em solucionar problemas, em ir de um local para outro, pressa de pensar, de
caminhar, correr, se movimentar, e o pior de tudo: pressa de viver! Dentre tais
questionamentos, lembrei da minha mãe... Pode até parecer estranho, mas lembrei
dela... Pois me recordo perfeitamente dela me dizendo: “Filha, a pressa é a
inimiga da perfeição”. Ao associar esse pequeno ditado com o momento em que eu
me encontrava analisando as pessoas, percebi que, aí está o verdadeiro motivo
de sermos tão imperfeitos: a pressa. Se tivéssemos paciência para esperar, para
lutar contra vícios e defeitos, tolerância para aguardar o resultado, calma
para fazer cuidadosamente cada tarefa do dia e alegria em cumprir tudo o que
nos foi proposto, e se não vivêssemos em função dessa tal “pressa”, tudo seria
diferente, tudo seria melhor.
Não pense
você, que eu sou calma, que não vivo contando os segundos para que dê tempo de
fazer tudo, não... Mas parar para analisar foi o melhor exercício feito por mim
até hoje, com certeza.
Depois desse
momento de profundas interpretações, rapidamente, tomei consciência de tudo que
eu havia refletido e simplesmente voltei, voltei para a realidade que me rodeava,
concluindo que: o dia em que cada pessoa refletir no banco da praça, será o dia
mais calmo do planeta.