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Sobre mim


Talvez eu seja mais uma menina perdida nesse mundo onde dizem que sobrevive o mais forte. Ou então eu seja uma exceção à regra. Aliás, nunca pretendi ser diferente... Possuo tantos erros quanto qualquer ser humano, por tanto, não mereço esse diferenciação.
Queria compreender porque meu silêncio incomoda tanto as pessoas, porque a mim, ele faz tão bem. Fico quieta, com meus pensamentos, não sou adepta a dividi-los; tenho medo que me julguem, tenho medo de estar errada, tenho medo de chamar a atenção.
Às vezes sinto-me tão ingênua, tão pequena... Uma criança que precisa de um abraço e que lhe digam: “Fique calma, você está segura.” Isso deve ser estupidez de minha parte. Os momentos que vivi; tão escassos, mas tão decisivos me impuseram certa maturidade, as ocasiões que me chamavam com certo tom de brandura e um pouco de autoritarismo diziam: “Cresça criança, só assim conseguirá entender, aprenda que além de ser ajudado você precisa ajudar, é necessário compreender, é tua obrigação mudar.” Como poderia eu dizer não a tudo isso, como poderia negar o que estava certo, como poderia não aceitar algo que no início era tão simples.
Já tive tantas dúvidas e tantos medos de saná-las... No momento em que penso conhecer alguma coisa, vem logo a oportunidade que demonstra o quão ignorante sou e que muito tenho a aprender.
A vida foi me impondo tantas coisas, não deu tempo para pensar. Se me arrependo? Creio que não. Se eu pudesse voltar no tempo? Deixaria de cometer tantos erros que cometi.
Minha personalidade é um tanto que intrigante, como não seria? Se não falo nada. Escuto, observo, penso e chego a uma conclusão... E se compartilho essa conclusão com alguém? Normalmente não. É claro que eu queria ser diferente, é claro que eu gostaria de falar mais, mas, porém, as pessoas falam que o correto é ficar em silêncio, mas não me sinto correta em nenhum momento. Ou é 8 ou é 80. Pronto.
Porque sou muito séria? Observe-me mais, há momentos em que acho ridículo rir, porque se trata de algo sério, não é qualquer coisa que irá chamar minha atenção e fazer-me rir, não é qualquer coisa que irá prender minha atenção. Para tudo há um momento oportuno, e eu tento discerni-lo com a maior precisão possível.
Não sou nem um pouco correta, mas não encontro necessidade de dizer isso a todos, meus erros cabem somente a mim, apenas procuro que os mesmos não interfiram na vida de ninguém. Talvez esse seja o motivo pelo qual sou calada, talvez seja esse motivo pelo qual guardo tudo o que me falam e o que sei que é errado, o que me angustia. E assim, depois de muito tempo o balão explode e machuca quem não deveria machucar. E agora, será que eu sou correta? Será que eu não me escondo atrás de uma timidez incessante? As letras entendem-me melhor do que as pessoas.
Queria compreender-me melhor, para que conseguisse enfrentar a vida de uma maneira correta e segura, talvez eu não queira que as pessoas me conheçam intimamente, parece que elas não possuem o dever de me entender; e esse dever só cabe a mim. Não desejo carregá-los de angústias que não os pertencem, mas se puderem me ouvir, ficarei grata, se puderem me ajudar, minha gratidão será eterna.
Minha mãe sempre disse: “Se você está no buraco, é porque quer.” Nunca estive no buraco, mas... Já ameacei de jogar-me... Ninguém melhor que a minha mãe para me dar lição de moral, ninguém melhor que ela para ouvir as minhas lições de moral.
As pessoas normalmente criam expectativas sobre mim, e dão-me falsas qualidades; não sou santa, desculpe lhe decepcionar, mas, se estiver disposto, pretendo-lhe mostrar que um dia irei de alcançar a santidade, só espere descansado e paciente, isso irá demorar um pouco.
Expectativas acumulam-se sobre mim dia após dia, tenho medo de não alcançá-las, tenho medo de decepcionar aquele que crê em mim. Preciso aprender que o insucesso faz parte de nossa vida, de nossas atitudes.
Conhecer-se é base de todo e qualquer sucesso. E falta muito para eu alcançá-lo.