E
de repente, me deparei sozinha, pensativa... Todas aquelas lembranças
retornavam como o vento forte que batia em meus cabelos... Como se a cada
instante eu mergulhasse em um mar de nostalgia.
Então
novamente, eu era criança. Frágil, sonhadora. Talvez naquela época eu nem
imaginasse o rumo que as coisas tomariam, mas eu era forte, se preciso, eu
aconselhava e carregava quem quer que fosse dando amparo e proteção. Sim, eu
era criança, mas tinha uma capacidade imaginável. Mudei, cresci, envelheci,
regredi.
De
uma maneira tão absurda, o passar dos anos roubou de mim tudo o que de melhor
eu possuía, os sonhos, os desejos de modificar o que precisava ser modificado,
e principalmente, a força, a força de enfrentar tudo de cabeça erguida sabendo
que se eu caísse, levantar seria o mais simples.
E
assim, os anos foram passando, e eu estava entrando na adolescência... O mundo
desabou. O que quando criança era muito simples, começou a ficar complicado, a
preguiça e o desânimo tomaram conta de uma forma terrível, e a vida? Foi
tornando-se mais complexa a cada dia que passava. E os sonhos? Ficaram tão
distantes e inalcançáveis.
E
se de fato eu parar para refletir, é ridículo tudo que escrevi; pois o correto
seria que ao passar dos anos eu me tornasse mais forte e meus objetivos e
sonhos mais claros possíveis. Porém, não é bem assim que a vida flui. Ao
decorrer dos dias, para a população de um modo geral, os obstáculos tornam-se
mais difíceis, o que antes, quando criança era tão simples, agora é impossível.
Isso é lamentável, tendo em vista que esse “regresso” só prejudica a nós
mesmos.
E
que possamos então voltar a ser criança, sem medo de tentar, de correr atrás
dos sonhos, de sonhar e sem nenhum medo de ser feliz.
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