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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O velho banco da praça


Lá estava eu andando... Andando simplesmente por andar... E o vento soprava suavemente... Sua brisa leviana tocava o meu rosto pouco a pouco, refrescando o meu ser. Resolvi sentar em um banco, ali na praça mesmo, e no exato momento em que sentei parei para refletir: O que eu estava fazendo ali? Por que estava? Ainda não sei... Apenas estava ali, naquele momento.  No entanto, não houve nada mais oportuno. Enquanto percebia o quanto a natureza é perfeita, em cada detalhe, na sincronia das coisas, na vivacidade e na simplicidade que se expressam em formas e cores, analisei também, que cada um que passava por mim, cada pessoa, estava em transe com suas preocupações, como se não analisassem o mundo que os cercavam, como se a vida fosse simplesmente aquilo que vivenciavam, como se não existisse nada, além disso, e ninguém que não fossem eles próprios. E tantos questionamentos, tantas indagações, análises e observações me levaram a uma única pergunta: Por que tanta pressa?
Existe pressa em solucionar problemas, em ir de um local para outro, pressa de pensar, de caminhar, correr, se movimentar, e o pior de tudo: pressa de viver! Dentre tais questionamentos, lembrei da minha mãe... Pode até parecer estranho, mas lembrei dela... Pois me recordo perfeitamente dela me dizendo: “Filha, a pressa é a inimiga da perfeição”. Ao associar esse pequeno ditado com o momento em que eu me encontrava analisando as pessoas, percebi que, aí está o verdadeiro motivo de sermos tão imperfeitos: a pressa. Se tivéssemos paciência para esperar, para lutar contra vícios e defeitos, tolerância para aguardar o resultado, calma para fazer cuidadosamente cada tarefa do dia e alegria em cumprir tudo o que nos foi proposto, e se não vivêssemos em função dessa tal “pressa”, tudo seria diferente, tudo seria melhor.
Não pense você, que eu sou calma, que não vivo contando os segundos para que dê tempo de fazer tudo, não... Mas parar para analisar foi o melhor exercício feito por mim até hoje, com certeza.
Depois desse momento de profundas interpretações, rapidamente, tomei consciência de tudo que eu havia refletido e simplesmente voltei, voltei para a realidade que me rodeava, concluindo que: o dia em que cada pessoa refletir no banco da praça, será o dia mais calmo do planeta.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ventania


No calor sufocante
Deixo mágoas o vento levar...
Talvez não seja tão simples;
Talvez eu tenha que esperar.

O vento tão sublime, 
Não tem culpa de meus pecados,
Não tem culpa do grande amargo
Da enorme decepção.

Queria tão pouca compreensão...
Obtenção de valores e atos.
Esquecer o passado; largar da nostalgia.

Arrependo-me de tantas coisas,
Coisas que eu não deveria ter feito,
Pensando que fosse perfeito...
Falsa ilusão.

Falta-me aceitar e esquecer...
Tamanha a complexidade que terei de compreender
Onde a ventania do meu vento...
Há de trazer.

Por: Carolina Fontana

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe, minha mãe.



Olá, vim dizer-lhes uma coisa...
Tão pequenina e singela,
Tão doce e carinhosa.
Um detalhe importante, esquecido no infinito
Não, eu falo de um mito.
Eu falo de uma única verdade, de um único amor.
Uma vida, a história de um sonhador
História pela qual me orgulho até hoje.
É a história mais bela e charmosa
A mais formosa que o povo já viu.
Chamo-me bebê desde que nasci e até agora -mesmo já sendo moça-
Sou pequena e ingênua, independente da idade
Sou uma flor delicada
Sou pequeno dente de leite...
Não cresci, não mudei
Sou a mesma desde sempre, e sempre serei
Para ela, sou sua jóia mais preciosa
E para mim, ela é a mais gloriosa, a mulher mais amorosa que já conheci
Sou um desastre ambulante, o bichinho da goiaba
Não, para ela sou a flor mais bela do jardim...
Posso ser ruim, chata a pior entre a multidão
Posso matar e roubar, ser o pior cidadão...
E o que muda? Nada. Seu amor? É o mais puro, é o mais singelo é o mais bonito.
Sabes de quem tanto falo? Falo da mulher de minha vida, falo de quem me ensinou a ser gente, falo do amor inigualável, de um defeito inexistente.
E essa história que lhes conto, nunca terá fim
Porque dentro de mim
A rosa do amor puro
Viverá eternamente.
Como a imagem que possuo dela em mente
Como o amor irreverente.
Mãe, minha mãe
O quanto te agradeço, o quanto pouco mereço
Essa flor que em minha vida está presente
Dessa vida reluzente, desse amor resiste
Minha mãe.

Por: Carolina Fontana

sexta-feira, 6 de maio de 2011

E se...


E se eu tentar, crescer, caminhar, percorrer...
Rimas e desencontros - noites pensando no nada- sem moral, sem razão.
Creio que talvez o invisível crie seu envoltório. Ou talvez - com certeza - do mesmo modo fique.
Queria que a simples felicidade viesse à tona, ou, a infelicidade se desfizesse de minha vida. Não, não sou infeliz.
O sorriso sublime que me falta, a metade que certamente está em falta.
Mas que contradições! Pergunto-me se tenho capacidade de escrever. Tudo parece ser tão irônico.
Tenho medo do mar, tenho dor de mim, sorte ou azar. Sol, luz e escuridão. Imensidão. Sem sentido. Não tenho sentido. Creio que há de vir. Ou não.
Viver a experiência alheia, ignorar o errado, seguir o correto. Faça ao contrário, se arrependa. Chore, grite e exclame. Tenha medo. Peça socorro. Caia com suas próprias pernas; erga-se com suas próprias muletas.
Construa um alicerce baseado nos sonhos alcançados, nos que deseja alcançar e no sonho nem sonhado.
Pare de entender, não acredito somente na lógica. Não existe uma lógica para este drama.
Drama? Sim, eu sou dramática. Assumo. Mudo. Desisto. Recomeço. Persisto. Termino. Ganho. Perco. E tudo começa desde o início.