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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Aquela velha nostalgia



E de repente, me deparei sozinha, pensativa... Todas aquelas lembranças retornavam como o vento forte que batia em meus cabelos... Como se a cada instante eu mergulhasse em um mar de nostalgia.
Então novamente, eu era criança. Frágil, sonhadora. Talvez naquela época eu nem imaginasse o rumo que as coisas tomariam, mas eu era forte, se preciso, eu aconselhava e carregava quem quer que fosse dando amparo e proteção. Sim, eu era criança, mas tinha uma capacidade imaginável. Mudei, cresci, envelheci, regredi.
De uma maneira tão absurda, o passar dos anos roubou de mim tudo o que de melhor eu possuía, os sonhos, os desejos de modificar o que precisava ser modificado, e principalmente, a força, a força de enfrentar tudo de cabeça erguida sabendo que se eu caísse, levantar seria o mais simples.
E assim, os anos foram passando, e eu estava entrando na adolescência... O mundo desabou. O que quando criança era muito simples, começou a ficar complicado, a preguiça e o desânimo tomaram conta de uma forma terrível, e a vida? Foi tornando-se mais complexa a cada dia que passava. E os sonhos? Ficaram tão distantes e inalcançáveis.
E se de fato eu parar para refletir, é ridículo tudo que escrevi; pois o correto seria que ao passar dos anos eu me tornasse mais forte e meus objetivos e sonhos mais claros possíveis. Porém, não é bem assim que a vida flui. Ao decorrer dos dias, para a população de um modo geral, os obstáculos tornam-se mais difíceis, o que antes, quando criança era tão simples, agora é impossível. Isso é lamentável, tendo em vista que esse “regresso” só prejudica a nós mesmos.
E que possamos então voltar a ser criança, sem medo de tentar, de correr atrás dos sonhos, de sonhar e sem nenhum medo de ser feliz.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O velho banco da praça


Lá estava eu andando... Andando simplesmente por andar... E o vento soprava suavemente... Sua brisa leviana tocava o meu rosto pouco a pouco, refrescando o meu ser. Resolvi sentar em um banco, ali na praça mesmo, e no exato momento em que sentei parei para refletir: O que eu estava fazendo ali? Por que estava? Ainda não sei... Apenas estava ali, naquele momento.  No entanto, não houve nada mais oportuno. Enquanto percebia o quanto a natureza é perfeita, em cada detalhe, na sincronia das coisas, na vivacidade e na simplicidade que se expressam em formas e cores, analisei também, que cada um que passava por mim, cada pessoa, estava em transe com suas preocupações, como se não analisassem o mundo que os cercavam, como se a vida fosse simplesmente aquilo que vivenciavam, como se não existisse nada, além disso, e ninguém que não fossem eles próprios. E tantos questionamentos, tantas indagações, análises e observações me levaram a uma única pergunta: Por que tanta pressa?
Existe pressa em solucionar problemas, em ir de um local para outro, pressa de pensar, de caminhar, correr, se movimentar, e o pior de tudo: pressa de viver! Dentre tais questionamentos, lembrei da minha mãe... Pode até parecer estranho, mas lembrei dela... Pois me recordo perfeitamente dela me dizendo: “Filha, a pressa é a inimiga da perfeição”. Ao associar esse pequeno ditado com o momento em que eu me encontrava analisando as pessoas, percebi que, aí está o verdadeiro motivo de sermos tão imperfeitos: a pressa. Se tivéssemos paciência para esperar, para lutar contra vícios e defeitos, tolerância para aguardar o resultado, calma para fazer cuidadosamente cada tarefa do dia e alegria em cumprir tudo o que nos foi proposto, e se não vivêssemos em função dessa tal “pressa”, tudo seria diferente, tudo seria melhor.
Não pense você, que eu sou calma, que não vivo contando os segundos para que dê tempo de fazer tudo, não... Mas parar para analisar foi o melhor exercício feito por mim até hoje, com certeza.
Depois desse momento de profundas interpretações, rapidamente, tomei consciência de tudo que eu havia refletido e simplesmente voltei, voltei para a realidade que me rodeava, concluindo que: o dia em que cada pessoa refletir no banco da praça, será o dia mais calmo do planeta.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ventania


No calor sufocante
Deixo mágoas o vento levar...
Talvez não seja tão simples;
Talvez eu tenha que esperar.

O vento tão sublime, 
Não tem culpa de meus pecados,
Não tem culpa do grande amargo
Da enorme decepção.

Queria tão pouca compreensão...
Obtenção de valores e atos.
Esquecer o passado; largar da nostalgia.

Arrependo-me de tantas coisas,
Coisas que eu não deveria ter feito,
Pensando que fosse perfeito...
Falsa ilusão.

Falta-me aceitar e esquecer...
Tamanha a complexidade que terei de compreender
Onde a ventania do meu vento...
Há de trazer.

Por: Carolina Fontana

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe, minha mãe.



Olá, vim dizer-lhes uma coisa...
Tão pequenina e singela,
Tão doce e carinhosa.
Um detalhe importante, esquecido no infinito
Não, eu falo de um mito.
Eu falo de uma única verdade, de um único amor.
Uma vida, a história de um sonhador
História pela qual me orgulho até hoje.
É a história mais bela e charmosa
A mais formosa que o povo já viu.
Chamo-me bebê desde que nasci e até agora -mesmo já sendo moça-
Sou pequena e ingênua, independente da idade
Sou uma flor delicada
Sou pequeno dente de leite...
Não cresci, não mudei
Sou a mesma desde sempre, e sempre serei
Para ela, sou sua jóia mais preciosa
E para mim, ela é a mais gloriosa, a mulher mais amorosa que já conheci
Sou um desastre ambulante, o bichinho da goiaba
Não, para ela sou a flor mais bela do jardim...
Posso ser ruim, chata a pior entre a multidão
Posso matar e roubar, ser o pior cidadão...
E o que muda? Nada. Seu amor? É o mais puro, é o mais singelo é o mais bonito.
Sabes de quem tanto falo? Falo da mulher de minha vida, falo de quem me ensinou a ser gente, falo do amor inigualável, de um defeito inexistente.
E essa história que lhes conto, nunca terá fim
Porque dentro de mim
A rosa do amor puro
Viverá eternamente.
Como a imagem que possuo dela em mente
Como o amor irreverente.
Mãe, minha mãe
O quanto te agradeço, o quanto pouco mereço
Essa flor que em minha vida está presente
Dessa vida reluzente, desse amor resiste
Minha mãe.

Por: Carolina Fontana